Nas terras do Pará, Santarém destaca-se pela exuberância de sua natureza, pela diversidade cultural e pela estratégica junção dos rios Tapajós e Amazonas.

No entanto, há uma narrativa intrigante que a coloca como a cidade mais antiga do Brasil, conforme argumentam alguns arqueólogos.

Segundo o professor Eduardo Góes Neves, da prestigiada Universidade de São Paulo (USP), Santarém revela vestígios de uma presença humana ininterrupta por mais de mil anos, desde o século 10, erguendo-a como a mais antiga sob a lente da arqueologia. Escavações meticulosas desenterraram indícios de uma sociedade complexa e urbanizada que antecedeu a chegada dos europeus.

A civilização Tapajônica, como batizada, ergueu montes de terra imponentes, desenhou canais, esculpiu lagos artificiais e pavimentou estradas. Além disso, produziu cerâmicas, adornos e objetos rituais, estabelecendo conexões comerciais e culturais com outros povos amazônicos, como os Marajoaras e os Incas.

Entretanto, a saga de Santarém vai além dos Tapajônicos. Em 22 de junho de 1661, o padre João Felipe Bettendorff fundou a Aldeia dos Tapajós, posteriormente conhecida como Santarém. A primeira capela dedicada a Nossa Senhora da Conceição, padroeira do município, erguida pelo fundador, marcou o início desta jornada.

Em 1758, elevada à condição de vila por Francisco Xavier de Mendonça Furtado, governador da época, Santarém adotou seu nome atual em homenagem à cidade portuguesa. O ano de 1848 testemunhou seu ascenso a cidade, um testemunho de seu desenvolvimento notável.

Santarém desponta como epicentro urbano, financeiro, comercial e cultural no oeste do Pará, consolidando-se como polo universitário regional. O município amazônico ostenta um rico patrimônio histórico, cultural e natural, merecendo ser desvendado e apreciado.

Entre suas atrações turísticas, destacam-se o magnífico encontro das águas dos rios Tapajós e Amazonas, a paradisíaca praia de Alter do Chão, o Museu João Fona, guardião de peças arqueológicas e históricas, e a imponente Catedral de Nossa Senhora da Conceição.

Santarém, entrelaçando história, cultura e natureza, emerge como um exemplo vivo na vastidão amazônica, uma cidade que merece ser celebrada e explorada em sua plenitude.